maio de 1968

Tuesday, December 06, 2005

Convite

Este Blog foi criado pelas alunas Ana Paula Santos e Roberta Perin para a disciplina de Jornalismo Online para discutir a revolução de costumes através de maio de 1968 no mundo, um momento histórico que mudou o mundo
Convidamos todos que quiseram participar, enviando sugestões, críticas, histórias vividas na época, fotos, etc. Todo o material enviado será bem vindo.

O mundo depois das primaveras de maio - a globalização e a falta de ideais

Nosso país é uma "vitima" da globalização. A rapidez em que vive a sociedade atual atinge diretamente a cultura dos povos. As culturas, os idiomas, o consumo e os hábitos de milhões de pessoas são afetadas instantaneamente quando as mercadorias e as idéias chegam quase ao mesmo tempo em todas as partes do mundo.
Segundo a ONU em 20 anos, a miséria, as guerras, a violência, o consumo de drogas e o desemprego sobem cada vez mais.Com a globalização a cobiça e o dinheiro passaram a ser fundamentais. Para Jonh Kenneth Galbrath, "o controle dos monopólios e o fortalecimento do centro do consumidor" diminuiriam a desigualdade. As pessoas trabalhariam menos e se divertiriam mais, tendo assim, um melhor nível de vida.
Todas as ideologias e as utopias foram substituídas pelo neoliberalismo e a globalização, acima de tudo pelo consumismo, tornando as pessoas mais comodistas.
A mídia, que no passado era apenas impressa, hoje pode ser acessada instantaneamente no mundo todo. O consumo da informação acabou por padronizar a notícia, estando em todos os canais, propondo uma padronização nas reações psicossociais que é o de gastar sem culpa. Os conceitos de "ser e "ter" que no mundo contemporâneo significam vender conforto como meio de enriquecer.
Isso favorece a sensação de que todos tem o direito a tudo, mas na verdade é uma ilusão criada pelos aparatos da era virtual. O computador permite uma viagem onde a pessoa se sente livre para navegar na Internet mas fisicamente não conhece lugar nenhum.
No Brasil e em diversos países latino-americanos, a ditadura militar recebeu capital estrangeiro e prejudicou o desenvolvimento do país. Não se sabe quanto ouro essas empresas estrangeiras, protegidas pelos militares, levaram do nosso território, além das florestas que foram destruídas para a exportação da madeira."Um pais pobre financiava o desenvolvimento de um pais rico". E as companhias multinacionais continuam se instalando aqui com isenção de impostos.
Os países pobres não conseguem competir com os países ricos, pois produzem produtos como açúcar, álcool, suco, etc. Apesar disso, hoje é mais fácil o acesso aos bens de consumo e atribui-se isso à globalização, mas ela pouco tem a ver com isso, ela só fez aumentar a possibilidade de compra. E as famílias acabaram por investir menos em educação e saúde para comprar bens supérfluos. Com a industrialização aumentou a oferta e a procura por esses bens.
O fetichismo da mercadoria que Marx analisou "atende as necessidades imaginárias das classes de baixa à média". Elas se sentem globalizadas, comprando objetos por "1,99" e produtos falsificados. É uma satisfação psicológica. Os meios de comunicação em massa entram no imaginário da população, que tem um falso conceito de igualdade e liberdade. Com a derrota das ideologias políticas o consumo virou e a utopia atual.
No mundo inteiro podem ser encontrados os mesmo produtos, dando a ilusão de igualdade. A democracia permite diferentes formas de consumo nas diversas camadas sociais e na política e economia o neoliberalismo.
A globalização tem um sucesso inegável para convencer a população através da apologia ao consumo. Mas o mundo está mais desigual do que nunca. Quanto mais se produz riqueza mais miséria aparece. Os países ricos tomam medidas protecionistas e os países pobres "abrem" suas economias enfraquecendo a nação.E são os países mais desenvolvidos que criam a desigualdade no mundo, pois valorizam o lucro e a mão-de-obra barata sem responsabilidade social e humana.O homem globalizado sente passar diante dele a historia cotidiana. A mídia transforma mitos e sofremos com sua perda vendendo noticia e entretenimento. Isso se trata de consumismo embutido no culto a ícones Lady Dy, Senna, Papa João Paulo II. A morte vira um espetáculo e compensa as frustrações das pessoas numa espécie de catarse. A mídia manipula ideologicamente, globalizando símbolos. As ideologias "naufragaram" e a padronização do pensamento e fomos reduzido a consumidores passivos. A morte vira um espetáculo e compensa as frustrações das pessoas numa espécie de catarse. A mídia manipula ideologicamente, globalizando símbolos.
Em sumo, a globalização atrofia o sentimento de critica política e aumenta a alienação em grande parte pela mídia e pelo desejo de consumo com o fim do socialismo soviético, vimos a velocidade dos meios de comunicação em massa, causada pela informática e com pouco embate ideológico. As ideologias e a padronização do pensamento "naufragaram" e fomos reduzido a consumidores passivos. Tudo que a geração de 1968 não desejava....

Diferenças entre Maio de 1968 e Novembro de 2005 na França


O ano de 1968 foi um ano ímpar. A juventude mundial lutava por um novo pensamento e estilo de vida, criticando o capitalismo selvagem e a sociedade de consumo.
Na França, uma greve geral dos trabalhadores explodia e nas ruas os estudantes entravam em confronto com a polícia. A população aderiu às manifestações. Operários, donas-de-casa, escritores, deputados, anarquistas, socialistas, trotskistas e nacionalistas apareciam para discutir e escutar.A crise internacional de 1968 espalhou-se nos quatro cantos do mundo. Os jovens carregavam fotos de Che Guevara e Mao Tse-Tung, discutiam Bakunin, Rosa de Luxemburgo, Marx, Lênin e Trotski. Para eles, a imaginação era a única alternativa. Foi a revolução do pensamento, do cotidiano, da necessidade de libertação e Paris foi o símbolo dessa possibilidade histórica de realizar o impossível. Foi na França que muitos dos maiores movimentos iniciaram, e a partir deles aconteceram muitas das maiores transformações na cultura e no pensamento humano.Porém, o que começou no ano de 1968 é diferente do que está acontecendo agora.
Em 27 de Outubro de 2005, dois jovens perseguidos pela polícia morreram eletrocutados acidentalmente. Este foi o estopim da onda de violência de novembro. O ministro do interior, Nicolas Sarkozy, que é um dos principais alvos do protesto, aplicou a medida de tolerância zero contra a violência. Afirmou que é necessário fazer uma “faxina” para controlar a crise.No conflito atual, não existe uma ideologia clara por trás da revolta nas ruas e nos subúrbios franceses. O que acontece no país que historicamente sempre defendeu os direitos de “igualdade, liberdade e fraternidade” é a exclusão de milhares de jovens nascidos na França, mas descendentes de africanos e árabes, que são discriminados por questões raciais. É uma xenofobia disfarçada. O que estes jovens exigem são mais empregos e melhores perspectivas de vida.
Para o historiador francês Alexandre Roche, entre os imigrantes existem problemas com tradições e princípios éticos distintos. Esse tipo de relação remete ao colonialismo, que os franceses querem esquecer e os colonizados não esquecem. Carros queimados pelos manifestantes são o reflexo de algo que a França já vê há algum tempo nos finais de semana.O movimento que ontem nasceu nas elites, hoje nasce na periferia, que é um mundo à parte para a maioria dos parisienses. Em 1968, a população estava reunida contra governo e a favor dos manifestos. Hoje, ela desaprova os atos de violência. Esse vandalismo organizado atinge escolas e carros que são incendiados.Mesmo que nos últimos dias os confrontos estejam perdendo força, existem versões que aludem a uma revolução social em marcha. Em alguns países europeus também ocorreram distúrbios. O presidente Jacques Chirac prometeu integrar melhor os jovens de origem estrangeira e lutar contra o “veneno da discriminação”.Essas duas juventudes, separadas por quatro décadas, se encontram num ponto em comum. No momento em que se comportam com indignação diante do descaso da sociedade em que vivem e não lhes dá oportunidade e atenção, buscam sair do estatus quo que lhes é imposto pelos sistemas capitalistas. Eles se aproximam, mexem com as estruturas sociais de um modelo de integração falido e promovem o questionamento e a discussão.

Juventude com atitude



Maio de 1968

Policiais e estudantes confrontavam no centro da cidade, no dia 8 de maio 345 policiais ficaram feridos, no dia 9 dez mil estudantes voltaram as ruas de Paris, ocupando o centro da cidade. Uma enorme bandeira foi colocada no Arco do Triunfo, a policia parisiense recebeu reforços das cidades vizinhas para enfrentar as manifestações.

Estudantes enfrentam a policia

Os choques entre estudantes e policiais duravam ate a madrugada, muitos professores e assistentes universitários, saiam as ruas para empunhar bandeiras vermelhas, e cantar o Internacional. Eles apoiavam os jovens nas suas manifestações.

Crise Internacional

Com a crise estudantil de maio de 68 a economia financeira começou a apresentar sinas de esgotamento, onde deu inicio a crise externa. Esta revolução foi uma das responsáveis pela crise de 68. O comercio sofreu uma redução do crescimento somente no final da década de 70 a situação começou a ser contornada.

Manifestações

As manifestações de maio de 1968 começaram porque estudantes descontentes com a disciplina rígida, os currículos escolares e a estrutura acadêmica conservadora, saíram as rus para protestar seus direitos. Foi um período marcado por manifestações estudantis ocorrida em Paris, na França, que termina em confrontos, entre jovens e policias, durante todo o mês. Iniciada por estudantes, conta com o apoio de trabalhadores e espalha-se, por outros paises. Entre os lideres estudantis destaca-se Daniel Cohn-Bendit e Tiennot Grunbach. Os policias jogavam bombas de gás lacrimogêneo e os estudantes respondiam com pedras.

Daniel Cohn-Bentdit - Símbolo da Rebelião Estudantil


A guerrilha urbana de maio de 68, em Paris, começou dois meses antes na Universidade de Nanterre, em março, a reitoria da instituição (12 mil alunos) baixou norma proibindo que rapazes visitassem moças em seus dormitórios. De carona, um jovem estudante judeu-alemão, Daniel Cohn-Bendit, reuniu um grupo de cem colegas, e invadiu a secretaria da escola. Assustado com a represália, o reitor Pierre Grappin suspendeu as aulas chamou a polícia. O incidente foi, de início, apenas um fato isolado. Porém, foi ali que nasceu a estrela de Bendit no meio estudantil, que se transformou em Dany le Rouge (Daniel o Vermelho, por causa da cor dos seus cabelos), um Robespierre de centro acadêmico. Ele era bolsista do governo alemão, filho de pais judeus que emigraram para a França fugindo do Nazismo.
Algumas das principais movimentações da rebelião estudantil partiram do jovem Daniel.

Maio de 1968

Testando blogger

O Pensamento em Movimento

O ano de 1968 foi o emblemático no mundo todo pela nova forma de pensamento. Os intelectuais buscavam responsabilidade políticas e socais. A esperança movimentava multidões. Na França e nos EUA a liberdade tomavam as ruas.Na Polônia e na Tchecoslováquia o socialismo ganhava muitos adeptos.Jean Paul Sartre foi o principal pensador da revolução renovando marxismo e escrevendo a Crítica da Razão Dialética, influenciando muito aquela geração. Ele trouxe novos conceitos que dialogaram com os ideais dos jovens esquerdistas. Os estudantes influenciados por Sartre também interessavam pela revolução cultural chinesa e pelo pensamento de Mao.Simone de Beauvoir, companheira de Sartre, foi símbolo da revolução do pensamento feminino, pelos seus romances, ensaios políticos e filosóficos. O seu livro "O Segundo Sexo" contribuiu para um dos maiores movimentos de libertação do século passado.Michael Foucault levantava questões sobre a sexualidade e ampliava perspectivas libertárias.Luis Althusser criticava a idéia de sujeito. Os cadernos marxistas-leninistas escritos por Althusser e seus participantes chegavam as universidades e causavam grande agitação.Marcuse foi o pensador que mais compreendeu a importância das minorias. Ele foi o reflexo e o estopim do que aconteceu naqueles anos.O livro de Gay Deborde "A Sociedade do Espetáculo" tornou-se um programa para a revolução.Livros foram redescobertos como o de Kostas Axelos, "Marx, pensador da técnica" e foram lidos com espírito da revolução.Rosa de Luxemburgo estava nos retratos levados pelos manifestantes, tornando-se símbolo de multidões. Che Guevara e outros símbolos marcavam os ideais de uma revolução socialista.O Vietnã enfrentava o bombardeio e a força do imperialismo norte-americano. Os jovens idealistas pediam o fim da guerra e faziam festivais de música para pedir a paz e o amor. Nos Estados Unidos, O Woodstock, que foi realizado em agosto de 1969, reuniu cerca de 500 mil pessoas pedindo o fim dos conflitos.Foram anos utópicos cheios de politização, inconformismo criatividade e esperança. Muito do que falta hoje nesta sociedade de consumo, sem ideologia alguma.